| | Vai passar CHico Buarque | |
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| Sujet: Vai passar CHico Buarque Ven 19 Aoû - 11:24 | |
| Vai passar Francis Hime - Chico Buarque/1984
Vai passar Nessa avenida um samba popular Cada paralelepípedo Da velha cidade Essa noite vai Se arrepiar Ao lembrar Que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pés Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo Página infeliz da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações
Seus filhos Erravam cegos pelo continente Levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal Tinham direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia Que se chamava carnaval O carnaval, o carnaval (Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos O bloco dos napoleões retintos E os pigmeus do bulevar Meu Deus, vem olhar Vem ver de perto uma cidade a cantar A evolução da liberdade Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê Ai, que vida boa, olará O estandarte do sanatório geral vai passar Ai, que vida boa, olerê Ai, que vida boa, olará O estandarte do sanatório geral Vai passar
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| Sujet: Re: Vai passar CHico Buarque Ven 19 Aoû - 11:27 | |
| Notas sobre Vai passar Por Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello
Letra
Chico Buarque empenhava-se em acertar o refrão do samba "Dr. Getúlio", para a peça homônima, de Dias Gomes e Ferreira Gullar, quando a partir de uma das linhas melódicas experimentadas começou a surgir a idéia de um novo samba. Este samba, que ele pretendeu dividir com um grupo de compositores, cada um fazendo uma parte, era o "Vai Passar", que acabou dividido apenas com Francis Hime: "a melodia modulava para cima, sem voltar ao tom original, e o Francis deu uma ajeitada resolvendo o problema", esclareceu Chico numa entrevista à Rádio JB, em 1990. A propósito, Francis Hime que, a exemplo de Tom Jobim, sabe explorar com inteligência as pos-sibilidades harmônicas de uma célula melódica, é autor de uma consistente obra, em parceria com nomes ilustres como Vinicius de Moraes, Geraldinho Carneiro e, principalmente, com Chico Buarque, com quem assina canções como "Atrás da Porta", "Passaredo", "Trocando em Miúdos", "Pivete" e outras. "Vai Passar" é um extenso samba-enredo de versos libertários, que comentam de forma alegórica o fim da ditadura: "Num tempo / página infeliz de nossa história / passagem desbotada na memória / das nossas novas gerações / dormia / a nossa pátria mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída / em tenebrosas transações..." Parece que o Chico não fazia muita fé em "Vai Passar", pois só o concluiu no estúdio, às vésperas da gravação.
Fonte: Livro 85 anos de Música Brasileira Vol. 2, 1ª edição, 1997, editora 34 | |
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| Sujet: Re: Vai passar CHico Buarque Ven 19 Aoû - 11:28 | |
| Notas sobre Vai passar Por Humberto Werneck
Letra
No mais resguardado isolamento, Chico trabalha num cômodo espaçoso de sua casa, misto de biblioteca, escritório e sala de estar, que chama de estúdio. Se a composicão é só sua, em geral letra e melodia nascem juntas - às vezes, em "enxurradas", como ele diz. "Quando começa, desembesta." Na esteira de Deus lhe pague veio Construção, Brejo da cruz desencalhou Suburbano coração, encalacrada havia muitos anos. Como não escreve música com suficiente desembaraço, Chico usa um pequeno gravador para fazer seus rascunhos sonoros, em fitas que vai guardando.
Um desses cassetes, pelo menos, contém uma preciosidade: o registro do momento exato em que surgiu o samba Vai passar, em 1983. Chico trabalhava no samba-enredo Dr. Getúlio, feito em parceria com Edu Lobo para o musical de mesmo nome. Letra e música estavam prontas, faltando apenas acertar o refrão. De repente, em meio aos compassos de Dr. Getúlio, começou a insinuar-se um outro samba; Chico se pôs a persegui-lo, ora com o violão, ora apenas com a voz, resvalando aqui e ali de volta ao refrão do musical - até finalmente encontrar:
Ai que vida boa, olerê Ai que vida boa, olará
Não foi além disso naquele dia. Uma segunda fita, gravada algum tempo depois, documenta o que Chico considera o auge de sua "ilusão coletivista": a tentativa de fazer daquele esboço um samba de vários parceiros. Para isso reuniu em casa um grupo de compositores - Edu Lobo, Fagner, Francis Hime, João Bosco, Carlinhos Vergueiro, João Nogueira -, depois de um jogo do Politheama. Bem que tentaram, mas não deu certo: daquele berreiro não saiu um verso que prestasse. Nem tudo, porém foi esforço perdido: Francis, ao piano, conseguiu dar um jeito na melodia, cujo tom subia, subia e não voltava mais. Mas ainda não foi dessa vez que Vai passar ficou pronta. Posta de lado, Chico só a resgatou no ano seguinte, ao reunir material para um novo LP. Mostrou então aquele samba ao produtor Homero Ferreira, seu ex-cunhado, e ao arranjador Cristóvão Bastos, que ficaram entusiasmados. Ali mesmo, no estúdio, a letra foi terminada.
© Copyright Humberto Werneck in Chico Buarque Letra e Música, Cia da Letras, 1989 | |
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| Sujet: Re: Vai passar CHico Buarque Ven 19 Aoû - 11:29 | |
| 1983/84
Em 1983 compõe o samba Vai passar, que no ano seguinte, apesar de Chico negar qualquer relação da música com o movimento, se tornaria uma referência na campanha pelas "Diretas já", da qual participa ativamente.
Para o filme Perdoa-me por me traíres, de Braz Chediak, compõe Mil perdões; para a peça Dr. Getúlio, de Dias Gomes e Ferreira Gullar, compõe a música de mesmo nome; escreve o roteiro e faz várias canções para o filme Para viver um grande amor, do cineasta Miguel Faria Jr. Sai o disco O grande circo místico.
Apresenta-se, depois de nove anos longe dos palcos, no Luna Park, de Buenos Aires. Um encontro-surpresa com o ídolo Pagão, ex-jogador do Santos Futebol Clube - preparado pelo diretor Roberto de Oliveira - ocorre durante as gravações de um especial para a TV Bandeirantes. Pela primeira vez na história do Politheama, Chico não assina "Pagão" na súmula, nem veste a camisa nove durante o jogo.
Lança o disco Chico Buarque 1984. | |
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